Os critérios das provas de vestibular ficam em segundo plano muitas vezes. Isso porque a atenção do candidato fica dividida entre outros fatores da rotina de preparação.
É preciso escolher o curso pré-vestibular, organizar o plano de estudos e conhecer os conteúdos cobrados. Porém, como participar do processo sem conhecer as regras do jogo?
Os critérios das provas de vestibular são o primeiro passo para alcançar uma pontuação alta. Não entender esses critérios é como jogar uma partida de futebol sem conhecer as regras.
Este artigo desvenda os segredos para que compreenda o que buscam os avaliadores, os pontos-chave para maximizar a nota e como evitar os erros mais comuns. Vamos lá!
Por que entender os critérios de avaliação é essencial para o sucesso no vestibular
Conhecer as estratégias por trás da nota evita surpresas e ajuda na preparação. Nas universidades, os critérios de avaliação mostram, por exemplo, o conteúdo de cada matéria.
O estudante também conhece as disciplinas de maior peso cobradas na graduação. Nos critérios das provas de vestibular, mais uma informação apresentada é a estrutura da prova.
Em geral, as questões são objetivas ou discursivas, além da redação. Entender as informações deixa o estudante pronto para planejar as estratégias de estudo de forma acertada. Desta forma, aumentam as chances de sucesso no vestibular.
O que os avaliadores buscam nas provas de vestibular
É um engano imaginar que o exame serve apenas para atribuir uma nota. Não se trata apenas do processo de seleção para ingresso de novos estudantes nas universidades, sejam públicas ou privadas.
As provas têm como objetivo identificar as habilidades, os conhecimentos e as competências dos candidatos. Por isso, quase sempre as disciplinas são as mesmas do ensino médio, como matemática, português, história, geografia, biologia, física e química.
Nos vestibulares, os avaliadores buscam atestar a capacidade de ler, interpretar, criticar e argumentar dos participantes. Deve-se demonstrar competência em aplicar os conhecimentos para responder os enunciados.
Critérios de avaliação de redação: estrutura, clareza e argumentação
Na prova da Fuvest e do Enem, por exemplo, a redação é do gênero dissertativa-argumentativa. A estrutura tem introdução, desenvolvimento e conclusão.
A Universidade de Brasília (UnB) tem uma particularidade em comparação às anteriores. Pode solicitar ao estudante resumo, carta, propaganda, textos informativos e argumentativos.
Na estrutura, o estudante precisa demonstrar capacidade de desenvolver o tema e organizar as informações, conforme o gênero do texto. Os outros dois critérios avaliados são clareza e argumentação.
A clareza é a forma de organizar as ideias para transmitir os argumentos. Para que o conteúdo tenha o atributo, deve-se construir períodos curtos e objetivos, dominar o tema, cuidar da pontuação e priorizar a ordem direta.
A argumentação é a capacidade de expressar ideias e opiniões. Com base na construção de argumentos sólidos e do posicionamento apresentado, a banca irá atribuir a avaliação do aluno. Neste critério, a dica é utilizar argumentos de autoridade, históricos, de exemplificação, de comparação e de raciocínio lógico
Como os avaliadores pontuam as questões dissertativas
A parte escrita requer muita atenção do candidato. Nas questões dissertativas, quando há, é analisada a habilidade em organizar os parágrafos, como a composição das frases, períodos e parágrafos. É preciso ter atenção também na clareza ao expressar as ideias.
Os critérios avaliados também são gramaticais, observando a ortografia, morfologia, sintaxe e pontuação. De forma resumida, os avaliadores querem compreender a capacidade de expor com propriedade os argumentos da questão.
O peso da coerência e coesão nas respostas
Na redação e nas questões dissertativas, a universidade espera a correta articulação das palavras. Em qualquer texto, a coerência e a coesão demonstram capacidade de organizar argumentos e de apresentar conclusões.
A coesão é a sequência e a ligação, de forma harmônica, entre fases e parágrafos. Para isso, basta utilizar os conectivos, tais como os artigos, advérbios, conjunções e preposições.
A coerência tem relação com a lógica da produção textual. Mesmo que tenha gramática correta e coesão, não pode conter argumentos sem contexto, contradições ou frases soltas.
Pontos-chave para maximizar sua pontuação nas provas
Os critérios das provas de vestibular mostram como desenvolver estratégias para superar os desafios nas questões dissertativas. São respostas que exigem do aluno capacidade de análise e de sintetizar informações.
É necessário realizar a leitura com atenção para compreender os enunciados. Isso reforça a chance de argumentar com clareza, concisão e objetividade. Além disso, existem outros pontos-chave que maximizam a pontuação nas provas.
Para facilitar os estudos, os pontos estão listados a seguir. Confira dicas para interpretar as questões corretamente, como estruturar respostas completas e exemplos para se inspirar.
Como interpretar as questões corretamente e evitar respostas vagas
Para compreender os enunciados, alguns cuidados devem ser adotados pelo estudante. O primeiro deles é ler atentamente os textos, separar pontos e desenvolver um resumo
Na sequência, é preciso analisar com atenção o texto da questão. Desta forma, tem como compreender com clareza o solicitado e os pontos relevantes para a resposta.
Nessa etapa, alguns “macetes” aumentam a chance de interpretar corretamente. É possível, por exemplo, marcar palavras-chave, separar os dados usados no raciocínio e sublinhar a pergunta principal do enunciado.
Dicas para estruturar respostas objetivas e completas
Para estruturar respostas objetivas e completas, a primeira dica é planejar o tempo de escrita e ordenar as ideias. Desta forma, o vestibulando evita confusões e desenvolve melhor as informações.
A segunda dica é empregar conectivos e argumentos, que tenham relações claras. Isso preserva a coerência e a coesão do texto.
A terceira dica é evitar erros de ortografia e concordância, que atrapalham a compreensão do texto e diminuem a nota. Ainda sobre o entendimento da resposta, a quarta dica é demonstrar repertório sobre o tema, utilizando exemplos relevantes e citações de obras, autores e eventos.
No dia da prova, a dica final é desenvolver um esboço. Faça uma revisão antes de passar a limpo. Ao passar a limpo, é possível identificar erros e aprimorar o conteúdo do texto.
Exemplos de respostas que garantem pontuações mais altas
Em vestibulares como o da Fuvest, para ingresso na USP (Universidade de São Paulo), a 2ª fase cobra questões discursivas. Conforme a Resolução comentada da instituição, o objetivo é encontrar, nos futuros estudantes, apropriação de conhecimento, informações, linguagens, capacidade de reflexão e investigação nas dimensões prática, conceitual e sociocultural.
No mesmo material, estão disponíveis exemplos de respostas que garantem pontuações altas. A seguir, pode-se conferir questões e respostas de Português, Física e História na íntegra. São partes da Resolução comentada, cujo documento foi apresentado no link no parágrafo anterior.
Português
“Questão: Dois olhares sobre a linguagem: A definição do termo “travesti” em duas obras de referência.
Objetivo: A questão traz à tona um tema social importante na atualidade, qual seja a questão trans, e expõe como certos preconceitos se cristalizam em obras de referência. Exige do candidato uma leitura crítica da contemporaneidade e a capacidade de interpretar e escrever definições para termos sensíveis.
Exemplo de resposta:
a) No Dicionário Michaelis, o termo ‘traveco’ é listado como sinônimo de ‘travesti’, enquanto no Glossário, ressalta-se que o termo ‘traveco’ é ofensivo e não deve ser utilizado. Ou seja, ‘traveco’ não pode ser apresentado como sinônimo de ‘travesti’. Assim, os sentidos desse termo se afastam nas obras referidas.
b) travesti – s.f. Refere-se a uma identidade de gênero, cuja expressão se associa à feminilidade, apesar de não se restringir ao binarismo de gênero”.
Física
“Questão: Explorando a física das ondas estacionárias em uma corda de violoncelo.
Objetivo: Nesta questão, avaliamos os conhecimentos sobre os conceitos de ondulatória, especialmente: ondas estacionárias, relação entre frequência, comprimento de onda e velocidade, a partir de uma situação-problema que exige a aplicação desses conceitos, a reflexão sobre as implicações práticas e conceituais, e a comunicação dos resultados de forma clara e concisa.
Exemplo de resposta:
a) Uma onda estacionária é produzida pela interferência de duas ondas progressivas propagando-se em sentidos opostos ao longo da corda. Cada uma dessas ondas tem velocidade não nula, e sua combinação produz um padrão estacionário. Logo, a afirmação é falsa
b) A figura mostra que a vibração define 1/2 comprimento de onda, de modo que cada comprimento de onda mede 2L = 120cm
c) Como a corda é a mesma, a velocidade v de propagação é a mesma. Pela relação v = λf, sendo λ o comprimento de onda e f a frequência, vale λ1 · f1= λ2 · f2 , ou seja, f 2= f1 · (λ1 ⁄λ2).
Dado que, no diagrama 2, o comprimento de onda é 2/3 daquele no diagrama 1, vale f 2 ⁄f1= λ1 ⁄λ2= 3⁄2 e, portanto, f 2= 220 ⋅ 3⁄2 = 330 Hz”.
História
“Questão: O Infortúnio Comum: Reflexões sobre Hiroshima e Pompeia.
Objetivo: Comparar duas destruições de cidades, afastadas por dezenove séculos e provocadas por ações bastante distintas entre si. Refletir sobre o ato extremo do lançamento de uma bomba atômica sobre Hiroshima, ao fim da II Guerra Mundial, e de suas consequências para as estratégias de contenção militar nos conflitos da época conhecida como Guerra Fria.
Exemplo de resposta:
a) Em Pompeia, ocorreu uma catástrofe decorrente da erupção de um vulcão, enquanto que a cidade de Hiroshima foi vítima de uma ação de guerra deliberada das Forças Armadas estadunidenses.
b) O lançamento da bomba em Hiroshima – assim como o bombardeio em Nagasaki – foi uma estratégia militar empregada para abreviar o conflito, já vitorioso no fronte europeu. A ação também buscava demonstrar o poder militar e tecnológico dos Estados Unidos, de forma a desenhar o espaço de liderança internacional estadunidense no pós-guerra.
c) A extrema violência do bombardeamento de Hiroshima e seus efeitos nefastos geraram negociações para o estabelecimento de tratados de dissuasão e contribuíram para o crescimento de uma consciência acerca da ameaça que o armamentismo representava para a sobrevivência humana. A catástrofe também teve desdobramentos relevantes no que diz respeito à agenda ambientalista e pacifista”.
Erros comuns que podem comprometer sua nota e como evitá-los
Após visitar os conteúdos das matérias e conhecer os critérios das provas de vestibular, a preparação parece completa. No entanto, também é preciso criar estratégias para não cometer deslizes no exame.
Um dos mais comuns, inclusive, é iniciar pelas questões difíceis. Mesmo com os estudos em dia, são perguntas que demandam maior tempo. Por isso, podem provocar tensão e estresse.
Mais um erro costumeiro é a falta de legibilidade da letra. Mesmo que tenha seguido o comando da pergunta e domine o assunto, caso o avaliador não entenda, o esforço será em vão.
Os deslizes mais frequentes na redação e como corrigi-los
Em qualquer vestibular, a prova traz um tema e leituras de apoio ou motivadores para redigir o texto. Nesse momento, um dos erros que mais acontecem é a fuga ou a interpretação equivocada do tema.
Durante os estudos para o exame, além de buscar ferramentas para conhecer o assunto, o ideal é concentrar os esforços também em ter uma grande capacidade de interpretação. Identificar com clareza o tema é o caminho para alcançar uma pontuação alta nos vestibulares.
Outro deslize é o desconhecimento sobre a estrutura exigida. Por isso, é importante entender os critérios das provas de vestibular, que informa a estrutura textual cobrada. Na redação, os argumentos são decisivos na estruturação do desenvolvimento. Dentro disso, um dos erros são as generalizações e uso de senso comum.
Além disso, é fundamental demonstrar repertório sociocultural. Ou seja, compreensão e capacidade de apresentar referências de argumentos históricos, de autoridade, prova concreta, entre outros.
Evite respostas incompletas ou sem justificativa nas questões abertas
Mesmo que o melhor seja adotar objetividade na escrita, ir direto ao ponto também compromete a avaliação. A falta de atenção pode deixar a resposta incompleta ou até mesmo sem justificativas.
O ideal é incluir o raciocínio e as resoluções, principalmente nas questões com cálculos, para demonstrar como desenvolveu a resposta. Desta forma, irá facilitar a compreensão da banca avaliadora.
Falhas na interpretação de comando das questões e como não cair nessas armadilhas
Nas provas de vestibular, o número de questões para resolver é mais um dos desafios. No ENEM, por exemplo, em um dos dias, o estudante precisa responder 90 perguntas objetivas e a redação em 5h30min.
Caso deixe 1h30min para a redação, as questões poderão ser feitas em 4h. Em cálculo simples, o aluno tem em média 3 minutos para resolver cada pergunta.
Diante do cenário, as falhas na interpretação podem acontecer facilmente. Uma delas é a generalização de afirmações do texto das perguntas, que induzem aos erros de interpretação.
Mais um descuido é a pressa em ler os enunciados. Isso pode potencializar o erro na escrita de números nas perguntas de matemática, além de aumentar a dificuldade de compreender figuras de linguagem, como ironia, nas questões de português.
Para fugir das falhas de interpretação, o melhor é realizar uma rápida leitura da prova. Depois disso pode-se separar as questões pela dificuldade: fáceis, médias e difíceis. E, quando respondê-las, a ordem deve ser a mesma.
Como se preparar estrategicamente para atender aos critérios das provas de vestibular
O primeiro passo é ler o edital. É nesse documento que são explicadas todas as regras da prova, incluindo número de questões, tempo de prova, horário de aplicação, conteúdos que podem ser cobrados e as demais informações para entender como funciona a avaliação. Por isso, é fundamental ler o material para chegar pronto para o vestibular.
Depois de entender as regras da prova, é mais fácil organizar estratégias para se preparar. É preciso se atentar ao ambiente de estudos, materiais disponíveis, treinar tempo de questões.Também é preciso incluir técnicas para praticar a redação, conforme os critérios das provas de vestibular. Por fim, é importante reservar um período dos estudos para aperfeiçoar a leitura crítica.
Em resumo, são estratégias para entregar o que os avaliadores buscam e evitar os erros comuns. Assim, o vestibulando poderá atender aos critérios das provas de vestibular.
A importância de revisar provas anteriores e entender as tendências
A primeira dica é visitar as últimas edições do exame e fazer as questões. Além de se familiarizar com a estrutura, o aluno terá como analisar a evolução na preparação e ajustar o plano de estudos.
O ideal é cronometrar o tempo e não consultar os materiais de estudo. Isso ajuda a conhecer o período disponível em cada questão e a gerenciar o tempo durante a prova.
Depois que finalizar a prova, separe o número de acertos e erros. Comente em cada questão o motivo dos erros, por exemplo: falta de tempo; não sabia o conteúdo, domina, mas “deu branco”.
Comente também nas questões certas se foi um acerto genuíno ou apenas resultado de um chute. Essa técnica garante que você irá entender de fato o que está acontecendo para, em seguida, saber como melhorar.
Técnicas para treinar a escrita de redações conforme os critérios de avaliação
Assim como na fase anterior, simular a redação no cenário da prova é uma das estratégias para atender aos critérios das provas de vestibular. Escolha um tema, cronometre e entenda como você se desenvolve no tempo estipulado.
Redigir textos de ótima qualidade é uma habilidade desenvolvida pela prática. Faça pequenos textos sobre os temas das edições anteriores, o que também vai ajudar a ganhar confiança.
Nos treinamentos de escrita, uma técnica que deve desenvolver é o resumo de informações com clareza e coesão. Assim, será mais fácil para organizar ideias e separar os principais termos dos textos de apoio da prova.
Como aprimorar a leitura crítica para identificar o que os avaliadores esperam
A leitura crítica facilita a compreensão, avaliação e interpretação de materiais ou textos. Ao desenvolver a técnica, o estudante será capaz de examinar as ideias, argumentos lógicos e estrutura dos enunciados com maior precisão.
É importante reservar um tempo do estudo diário para leitura. Busque principalmente obras literárias relacionadas à prova. Algumas provas, como o Programa de Avaliação Seriada (PAS) da UnB, possuem obras específicas que precisam ser lidas e compreendidas. Se quiser complementar, busque outros livros, histórias em quadrinhos, jornais e revistas. Isso ajudará a construir pensamento crítico.
Também é indicado focar em temas que ajudem a desenvolver repertório sócio-cultural. Quanto mais ler, maior será a capacidade de redigir respostas e redações com argumentos sólidos, coesos e coerentes.
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